domingo, 6 de dezembro de 2009

Interpretação dos Textos Sagrados

O Papa Bento XVI reiterou com firmeza, em um encontro com estudantes e professores do Pontifício Instituto Bíblico, em 26 out 2009, que apenas a Igreja Católica pode interpretar "autenticamente" a Bíblia. "À Igreja é destinado o trabalho de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita e transmitida, exercitando a sua autoridade em nome de Jesus Cristo", defendeu o papa, ao se reunir com cerca de 400 estudantes, funcionários e docentes em comemoração aos cem anos da fundação da entidade pontifícia.



É o que está na Dei Verbum do Concílio Vaticano II:

“O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida15 foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja,16 cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo. Tal Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a seu serviço, não ensinando senão o que foi transmitido, no sentido de que, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo religiosamente ausculta aquelas palavras, santamente a guarda e fielmente a expõe. E deste único depósito da fé o Magistério tira tudo aquilo que nos propõe como verdade de fé divinamente revelada.”

O Papa também destacou que, sem a fé e a tradição da Igreja, a Bíblia torna-se um livro "lacrado". "Se as exegeses querem ser também teologia, é preciso reconhecer que a fé da Igreja é aquela forma de simpatia, sem a qual a Bíblia torna-se um livro selado: a tradição não fecha o acesso à Escritura, mas, sobretudo, o abre", disse.

De acordo com o pontífice, "por outro lado, é da Igreja, nos seus organismos institucionais, a palavra decisiva na interpretação da Escritura", sendo esta "uma única coisa a partir de um único povo de Deus, que tem sido seu portador através da história". "Ler a Escritura com união significa lê-la a partir da Igreja como seu lugar vital e creditar na fé da Igreja como a verdadeira chave da interpretação".

O papa relembrou que o aumento do interesse pelo livro sagrado católico no decorrer deste século ocorreu graças ao Concílio Vaticano II, especificamente à Constituição dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina.

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