sábado, 16 de janeiro de 2010

Porto Princípie... O que restou?



"Por que é que Deus nega uma saída
ao homem que já não vê sentido para o seu caminho?
Em vez de comida, só me aparecem lágrimas;
servem-me gemidos em vez de água para beber.
Aquilo que eu tanto temia caiu sobre mim,
o que me aterrorizava aconteceu-me.
Não tenho sossego nem repouso;
vivo sem descanso, entre sobressaltos.

Caiu sobre mim o terror,
todo o meu corpo se transiu de medo.
O vento bateu no meu rosto
e todos os meus cabelos se puseram em pé.
Estava na minha frente, mas não o reconheci;
era como uma imagem diante de mim, em silêncio.

Grita, para ver se alguém te responde!
Para qual dos santos te vais voltar?
Pois a injustiça não nasce da terra
nem a miséria brota do chão.
É do próprio homem que nasce a miséria,
como centelhas a saltar do fogo e voando pelo ar.

Se fosse eu, voltava-me para Deus
e contava-lhe as minhas preocupações.
Ele faz maravilhas insondáveis
e prodígios que não têm conta.
Dá a chuva à terra,
manda a água para regar os campos;
faz levantar os humildes
e dá segurança aos aflitos..."



(Livro de Jó 3, 23 – 26; 4, 14 – 16; 5, 1 e 6-11)




O texto parece descrever o que vemos estampado na mídia:
Tragédias e mais tragédias, mortos e mais mortos...
O homem que brinca de Deus reconhece a força da natureza
Pena que tarde demais...
Cidades inteiras destruídas,
milhares de corpos espalhados pelas ruas...
Homens e mulheres, ricos e pobres,
negros, brancos, crianças ou adultos...
todos num mesmo patamar de medo, de tristeza.
Olhares perdidos no horizonte... Para onde ir? Nada restou
Tudo são ruínas... Por onde recomeçar? Quem restou?
No meio de tanta dor e aflição, o que ficou foi a Fé!




Fé: "Firme fundamento das coisas que se esperam
e prova das coisas que não se vêem." (Hb 11, 1)

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