quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Discernimento Vocacional

Nunca foi fácil descobrir a própria vocação e ter a certeza de não errar. Enquanto seres humanos, vivemos, vivemos mergulhados nas relidades do mundo, influenciados pelas idéias, pelas emoções e por tudo o que nos circunda.
O que nos parece certo à noite pode ser que pela manhã, ao levantarmos, não seja mais tão certo como parecia. Ao meio-dia podemos ter, influenciados pelos acontecimentos, uma idéia diferente, a à noite termos uma visão nova da realidade e do mundo.
Quando penso no discernimento vocacional me vem a mente o texto do Evangelho em que Jesus diz: “hipócritas! Sabeis interpretar os fenômenos da terra e do céu; então como não sabeis interpretar os momentos presentes? Por que não julgais vós mesmos o que é justo”? (Lc 12,56-57)
O discernimento é uma atitude permanente do ser humanoque procura acertar os seus passos para alcançar o ideal a que se propõe na abertura interior e intelectual à vontade de Deus, que pode mudar a sua contextualização.
O diretor espiritual não se coloca na vida de alguém como aquele que decide, determina, traça caminhos e obriga os outros a seguir, mas como alguém que, tendo colocado na escuta da palavra e na observação dos sinais, orienta o dirigido para que ele tome as suas decisões com maior responsabilidade.
Todos nós sabemos que a felicidade está em fazer aquilo que gostamos. Mas os gostos podem mudar, e por isso há quem defenda que vocações que duram para sempre seja utopia. No entanto devemos também admitir que mudar constantemente de rumo não leva a lugar algum.
A força do amor faz com que possamos entregar a nossa vida corajosamente, não às estruturas, mas às pessoas. Jesus merece a nossa vida, bem como as pessoas que amamos, escolhemos e decidimos amar para sempre.
A vida não é feita de relacionamento com coisas, mas de relacionamento com a própria vida.
O discernimento espiritual vocacional, que normalmente acontece na juventude, porque é a idade da efervescência e da sedução idealista, exige muita escuta por parte do diretor espiritual e muita coragem por parte dos jovens que, na intimidade do seu coração, dão o seu sim ou o seu não à própria vida.

Frei patrícia Sciadini, OCD
Do livro( A pedagodia da direção Espiritual)

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