Para
a pérola dos mares, meu Jesus, a Providência arquitetou um estojo nacarado,
rico. É dentro dele, lá no fundo dos mares, que se guarda a preciosa concreção,
que os homens vão pescar, arriscando a vida.
E
o vosso estojo de meras aparências, tão pobre que ele é! – em que se parece, Senhor,
com a madrepérola dos mares? Mas como sois amável, Senhor, assim todo envolto
em pobres acidentes. Como sois amável, Divina Pérola do Santuário!
Senhor,
para a semente tenra e delicada a árvore tece protetoras túnicas. Esses tecidos
tão belos que defendem, escondem a futura árvore, são o encanto dos nossos
prados e jardins, a flor que nos deleita. Para Vós, Jesus, tecestes também
cândidas túnicas; mas não tem essa corola o aroma, a frescura, a louçania das
que desabrocham no campo, na floresta, nos jardins.
Não
há, no entanto, tecido mais belo e encantador que o dos acidentes que vos
escondem. Divinos teares os teceram – os teares do amor. Eucaristia, Vós sois a
Flor do nosso Altar!
Como
é admirável, Senhor, o casulo de seda que aloja a ninfa do precioso inseto. Que
fio tênue e brilhante, que urdidura delicada! Nada mais rico encontram os reis
para as suas pompas!...
E
Vós, Senhor, não sois rei dos reis?
Entretanto
outra seda não quisestes que não as qualidades do trigo, outro casulo não
soubestes tecer para vos encerrardes que não os pobres acidentes desse pão.
Eucaristia,
Vós sois o Admirável, Vós sois a Divina Crisálida do nosso Tabernáculo.
Dom Antônio de Almeida Lustosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário