Por que a Vitória é de Santo Antão? Esta é uma história já bastante antiga e muito simples de se entender.
Vejamos: Lá pelo ano 1626, Diogo de Braga, um colono de nacionalidade portuguesa, veio da ilha de Santo Antão, no Arquipélago de Cabo Verde, e se fixou, com seus parentes, à margem esquerda do Rio Tapacurá, onde construiu algumas casas e uma Capelinha que dedicou a Santo Antão, cujo patrocínio era invocado contra as feras e os animais daninhos que infestavam a região.
A devoção a Santo Antão era muito difundida na Europa, e certamente era devoção tradicional dos pais de Diogo de Braga, que apenas continuava a tradição. Estamos certamente diante de uma dessas assim chamadas "devoções de família", que ainda hoje encontramos sobretudo entre as famílias mais tradicionais.
Foi ao redor dessa Capelinha que se foram construindo, ao passar dos tempos, outras casas, até se tornar um povoado. E assim, o Povoado de Santo Antão, que já desde o início tinha o nome de “Cidade de Braga”, em razão do nome de seu fundador, nasceu e foi crescendo, sob a proteção de Santo Antão. Não foram os habitantes da “Cidade de Braga”, depois conhecida como “Povoação de Santo Antão da Mata”, nem mesmo os moradores da “Cidade da Vitória”, e posteriormente “Vitória de Santo Antão" que escolheram Santo Antão para ser seu Padroeiro, como acontece em tantos outros lugares; ao contrário, desde o início, quando Diogo de Braga se fixou à margem esquerda do Tapacurá, e ali ergueu a Capelinha dedicada ao Santo, desde então, ele, Diogo de Braga, confiou ao santo Abade a proteção de sua “Cidade”, que era a sua pequena aldeia. E logo a devoção a Santo Antão se espalhou por toda a vizinhança, e os seus devotos, todos os anos, aos 17 de janeiro, faziam-lhe uma festa para que o Santo guardasse e defendesse suas criações, dos ataques das onças suçuaranas, como também suas plantações de mandioca de farinha e legumes, dos porcos do mato.
É por tudo isso que a Vitória é de SANTO ANTÃO. E é também por tudo isso que podemos afirmar que Santo Antão é o Padroeiro não somente da “Paróquia de Santo Antão”, como também de toda a Cidade e Município da Vitória, e ainda de toda a Região, porque assim foi desde o início.
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