Jesus, Vós sois o
meu amigo predileto.
Quanto vos amo!...
Aqui, ao pé do Tabernáculo – vossa prisão voluntária – a paz é inefável.
Porque quisestes, Jesus, na
terra, moradia tão simples? Vosso Tabernáculo é dourado; tendes cortinas de
seda e belas franjas. Mas que é isso em confronto com a vossa moradia celeste?
Lá, amplidão e fulgores; aqui, os nossos pobres enfeites estreitam a vossa
prisão.
As paredes do sacrário fecham
tão pequenino espaço, espaço que se limita ainda na âmbula em que jazeis. Pobre
Prisioneiro, em tanta estreiteza, quem pode adivinhar o Infinito?
Pouquíssima é a matéria que se
exige para encarcerar-vos entre nós. Ah! Divino Encarcerado, já entendo: não
são elos materiais os que vos cativam. As cadeias de um amor imenso é que vos
vinculam à terra.
Ó algemas que um Deus não sabe
romper! Acorrentado à terra por amor dos homens, Vós sois, Prisioneiro Divino,
o libertador do coração humano sempre escravo da matéria.
Dai-me, Senhor, dai-me a
alforria santa. Meu pobre coração, fazei-o liberto. Vosso imenso amor por nós
vos tornou cativo; nosso mesquinho amor por Vós nos torna livres.
Dom Antônio de Almeida Lustosa
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