Se
esboroasse, um dia, a cúpula celeste, se uma fresta apenas nela se praticasse,
se me fosse dado abrir um postigo nessa abóbada, que feixe de luz não se
projetaria na terra, que harmonias não extravasariam do céu, que ondas de
perfume não viriam inebriar a humanidade.
Meu
Jesus, que sensação no momento em que vosso ministro sobe ao altar com a chave
do Tabernáculo na mão! Vai-se abrir o postigo do céu! Minhas pupilas se dilatam
numa curiosidade imensa!... Sim, lá dentro é o céu.
Abre-se
a porta. Mas não jorra a luz, porta a fora. O pequeno cubículo silencioso. Não
há revoadas de anjos, não há fulgurações.
Deus
escondido!... Porque é, Senhor, que vos encanta a humilhação? Ensinai-me,
Senhor, a amar assim o abatimento.
Que
mistério tão grande é esse que realizais na Eucaristia? Não seria melhor,
Senhor, que um raio, ao menos, da vossa glória iluminasse o vosso Tabernáculo?
Quanta gente afluiria então para junto de Vós. Não seríeis mais o Deus
abandonado. Entretanto preferis o abatimento.
Segredos
do Amor. – Sacrificais a vossa glória terrena em benefício nosso, pois
dissestes: “Bem-aventurados os que não viram e creram”.
Dom Antônio de Almeida Lustosa
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