segunda-feira, 1 de julho de 2013

SOLILÓQUIOS INFANTIS AO PÉ DO TABERNÁCULO - 2. POR QUE VOS NÃO MOSTRAIS?

       Se esboroasse, um dia, a cúpula celeste, se uma fresta apenas nela se praticasse, se me fosse dado abrir um postigo nessa abóbada, que feixe de luz não se projetaria na terra, que harmonias não extravasariam do céu, que ondas de perfume não viriam inebriar a humanidade.
      Meu Jesus, que sensação no momento em que vosso ministro sobe ao altar com a chave do Tabernáculo na mão! Vai-se abrir o postigo do céu! Minhas pupilas se dilatam numa curiosidade imensa!... Sim, lá dentro é o céu.
     Abre-se a porta. Mas não jorra a luz, porta a fora. O pequeno cubículo silencioso. Não há revoadas de anjos, não há fulgurações.
      Deus escondido!... Porque é, Senhor, que vos encanta a humilhação? Ensinai-me, Senhor, a amar assim o abatimento.
     Que mistério tão grande é esse que realizais na Eucaristia? Não seria melhor, Senhor, que um raio, ao menos, da vossa glória iluminasse o vosso Tabernáculo? Quanta gente afluiria então para junto de Vós. Não seríeis mais o Deus abandonado. Entretanto preferis o abatimento.
    Segredos do Amor. – Sacrificais a vossa glória terrena em benefício nosso, pois dissestes: “Bem-aventurados os que não viram e creram”.

Dom Antônio de Almeida Lustosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário