Senhor
Jesus, como sois amável na Hóstia Branca! Como são cândidos os véus em que vos
rebuçais. Mas essa brancura... essa brancura, Senhor, são trevas.
Nós
homens dizemos que a brancura é a negação do preto e menos escuro nos parece
tudo quando se vai revestindo de brancura.
Mas
que me importa, Jesus, que sejam alvos os véus que vos envolvem. Pesado crepe
não me ocultaria mais os vossos esplendores. Essa brancura, Senhor, ofusca todo
o vosso brilho, esconde todos os encantos da glória que vos reveste.
A
nuvem que vos roubou aos olhos dos vossos discípulos, quando ao céu subistes,
era talvez branca como a Hóstia Santa; mas não foi outra a muralha que se
interpõe entre vós e eles.
O
sol se eclipsa nas sombras e Vós na brancura.
Ah!
Senhor, porque não me esgarçais essas cortinas tão espessas na sua sutileza,
tão negras em sua alvura, tão cruéis em sua inocência?
Ah!
Senhor, quantas saudades tenho de vos ver! Quanto desejo de derrocar os muros
cândidos que me não deixam ver-vos! Ver-te-ei no céu, ó bom Jesus.
Dom Antônio de Almeida Lustosa
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