terça-feira, 2 de julho de 2013

SOLILÓQUIOS INFANTIS AO PÉ DO TABERNÁCULO - 4. OLHOS SAUDOSOS

          Porque será, meu Deus, que tanto se deleitam nossos olhos quando pousam na Hóstia Imaculada?
       Nada há, Jesus, ali que nos encante a vista. Um pequeno disco branco sem uma cintilação sequer. Entretanto, como é doce a impressão desse ponto branco em nossa retina. Quanto é suave, Senhor, descer as pálpebras depois de ter fitado a Hóstia Santa. É o escrínio que se fecha para encerrar o seu tesouro.
          A imagem tão simples e pequenina que se estampou dentro de nós, tomou proporções dilatadas na fantasia e o Infinito empolgou nossa mente. A linha curva que limitava o círculo branco já não existe; a alvura do trigo dissipou-se aos raios da glória. Imerge-se a alma nas maravilhas da divindade.
          Eu sei, Senhor Jesus, que um dos vossos servos, ainda depois de morto abriu os olhos para fitá-lo na Hóstia Consagrada... Saudade de vos ver!... Ah! Senhor, já tinha morrido, mas teve saudade de Vós. Abriu as pálpebras para que se desenhasse lá dentro uma vez ainda a Divina Partícula. Cerrou-as depois e levou para o sepulcro a doce imagem do seu Deus Sacramentado.

Dom Antônio de Almeida Lustosa

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